7 de outubro de 2011

SECCO Ibiti!

Teremos esse mês uma maratona de seminários para embasarmos a nós mesmos sobre Ibitipoca.
Existem muitos estudos sobre a região, inclusive de alunos, ex-alunos e professores da própria UFJF!
Temos que aproveitar isso, não é mesmo?

Ontem foi a vez do Pedro Leão, aluno de História, que tem uma pesquisa sobre a Vila de Conceição de Ibitipoca.

E aí vai um relato breve sobre o que ele falou lá!

O Pedro começou a falar quando a Vila começou a ser povoada, por volta de 1700, por estar em um dos caminhos entre Ouro Preto e o Rio de Janeiro, sendo inclusive um dos caminhos para o contrabando.
Os assentamentos ainda pela procura pelo ouro, começaram a dar origem a fazendas de pequenas produções que sustentavam toda a região e uma produção considerável de cana-de-açúcar.
A produção de cana-de-açúcar, em Ibitipoca, era necessariamente pra confecção de cachaça, pra manter os escravos mais tempo dentro dos riachos gelados, procurando o ouro de aluvião.
A produção de ouro na região de Ibitipoca durou mais ou menos 30 anos, apenas.
Existia, por volta do século XVIII, um pequeno núcleo urbano ali onde hoje é a Vila, com barbeiro, estalagem, a Igreja... Ibitipoca era muito importante na região da Serra do Ibitipoca, porque a Igreja era a maior e o Padre era muito importante.
Quando o ouro acaba, os que eram considerados um pouco mais ricos, deixam a região. E os outros fazendeiros que ficam, continuam a produção, porém como subsistência.
Quando a Família Real chega ao Rio, a economia de Minas inteira muda. Assim começam a aparecer novos empreendimentos e novos profissionais: banqueiros, advogados, donos de hospedaria... E os documentos dessa época mostram que chega uma grande quantidade de escravos, mostrando que o poder aquisitivo aumentava, assim como a produção.
E aí acontece a Abolição e se dá uma nova crise. Os escravos alforriados migram pra Juiz de Fora, que começa a se desenvolver industrialmente. Porém a região de Ibitipoca continua tendo que sustentar as outras cidades, inclusive Juiz de Fora, o que gera uma demanda e uma busca por novas mãos-de-obra. A crise sustenta a própria crise.
Pulando para 1972, quando o Parque Estadual foi criado. As grandes extensões de terra de alguns fazendeiros foram compradas pelo governo.
Os pequenos produtores restantes ainda se mantém com produção de leite e agricultura, se organizando em cooperativas. E ainda hoje, com o turismo crescente na Vila, são esses produtores que mais geram renda na região.
As árvores genealógicas destes fazendeiros são as mesmas desde pelo menos 1850, uma ótima fonte de informações históricas.
A Vila de Ibitipoca já foi distrito de Barbacena, São João Del Rey e agora de Lima Duarte, por uma questão geográfica, a proximidade com Juiz de Fora e o Rio de Janeiro. E a dependência é mútua, tanto por Ibitipoca abastecer a região com leite e alimentos, quanto por depender de infraestrutura.
Ibitipoca mesmo nunca conseguiu desenvolver um poder político próprio e se emancipar. Talvez pela dificuldade de acesso para seu desenvolvimento, por estar isolada na Serra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário