Segue então o recado do nosso querido Raphael Potratz, o Zael.
"O problema maior é a distância. É a distância, porque a melhor coisa é mexer com pessoas, e isso é impossível de se fazer quando se está distante. Mas não me refiro à qualquer tipo de pessoa. Me refiro às pessoas do Jaburu, em que trabalhamos no SeNEMAU Vitória. Me refiro às pessoas do Estrutural, em que trabalhamos no SeNEMAU Brasília. Me refiro, apesar de não conhecer, às pessoas da Vila de Ibitipoca.
Me refiro às pessoas que estão alheias à qualquer tipo de modismo. Claro, a modernização desenfreada que se vê em toda cidade e em (quase) todos o lugares não é alcançável à todos. São essas pessoas então, como dizia Milton Santos, que são, incontestavelmente, os guardiões da cultura local. E por cultura local entende-se um apanhado de coisa: como surgiu aquele lugar, de onde vieram essas pessoas, por que elas estão ali, e mais, como eles constroem sua morada.
Então, depois de tudo o que eu ouço falar, Ibitipoca é uma ânsia. Mas não uma ânsia física ou emocional de conhecer um lugar frio, cheio de ladeira e mais, com cachoeiras! Não! É uma ânsia pessoal. É uma ânsia de conhecer mais um problema que enfrenta a arquitetura e que enfrenta Ibitipoca, e ser com isso mais um guardião. Não ser só um participante, ser e morar em Ibitipoca, como morei no Jaburu e como morei no Estrutural.
Eu vou morar em Ibitipoca! Em Ibitipoca eu vou beber! Em Ibitipoca eu vou jogar sinuca no primeiro bar! Em Ibitipoca eu vou dançar forró com a primeira ilhéu que encontrar! Em Ibitipoca eu vou em um churrasco na casa de um morador desconhecido! Em Ibitipoca vamos discutir arquitetura e a conjuntura atual com seus moradores!
Todas essas coisas que faremos em Ibitipoca vai ser puro pretexto! Pretexto por que, na realidade, não estaremos bebendo, jogando sinuca, dançando forró, fazendo churrasco e tampouco discutindo arquitetura. Estaremos sendo pessoas, simplesmente. Estaremos sendo guardiões! E se a distância voltar, e me impedir de continuar morando em Ibitipoca, eu escreverei cartas para Ibitipoca, matando todas minhas saudades."
Todas essas coisas que faremos em Ibitipoca vai ser puro pretexto!
ResponderExcluir"Então, depois de tudo o que eu ouço falar, Ibitipoca é uma ânsia. Mas não uma ânsia física ou emocional de conhecer um lugar frio, cheio de ladeira e mais, com cachoeiras! Não! É uma ânsia pessoal."
ResponderExcluir=)
E quando conseguirmos também ser guardiões desta outra cultura local, talvez aí entenderemos, na sua plenitude, a arquitetura. Será?!
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